sábado, maio 14, 2016

Giro Saúde: Compromisso marcado / Excesso de ácido fólico na gravidez dobra risco de autismo / Trabalhar ao ar livre triplica o risco de câncer de pele

Novo ministro da Saúde já tem compromisso marcado

O deputado Ricardo Barros irá a São Paulo mensalmente para reunir-se com diretores de hospitais públicos e privados


Por: Adriana Dias Lopes


Ricardo Barros, novo ministro da Saúde já tem compromisso marcado (Alex Ferreira/Câmara dos Deputados)
O deputado paranaense Ricardo Barros (PP-PR), o nome definido por Michel Temer para o cargo de ministro da Saúde, já tem um importante compromisso fechado: ele irá ao menos uma vez por mês a São Paulo para discutir com médicos a sua agenda política.


A primeira reunião será com a direção de três instituições de peso -- Faculdade de Medicina, Instituto do Coração (Incor) e Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (Icesp).

Barros já foi eleito deputado federal cinco vezes, foi secretário da Indústria e Comércio do Estado do Paraná e prefeito de Maringá. O deputado tem pouca experiência na área da saúde.

Na semana passada, criou um grupo no WhatsApp com nomes de primeira linha da medicina paulistana para discutir medidas a serem tomadas durante seu mandato. O cardiologista Roberto Kalil, o cirurgião Fabio Jatene, o oncologista Paulo Hoff, o cirurgião Paulo Chapchap, o infectologista David Uip, do Hospital Sírio-Libanês, e Claudio Lottenberg, do Hospital Albert Einstein, estão entre os nomes.

Excesso de ácido fólico na gravidez dobra risco de autismo

De acordo com um novo estudo, embora o nutriente seja importante para o desenvolvimento do feto, a ingestão precisa ser na dose certa

De acordo com o estudo, o excesso dos nutrientes folato (um tipo de vitamina B) ou de sua versão sintética, o ácido fólico, e da vitamina B12 durante a gravidez, aumentam o risco de uma criança desenvolver autismo em 17,6 vezes(Thinkstock/VEJA)
Excesso de ácido fólico na gestação pode aumentar em até duas vezes o risco de autismo na criança. A conclusão é de um estudo realizado por pesquisadores da Universidade John Hopkins, nos Estados Unidos, apresentado nesta sexta-feira durante o Encontro Internacional para Pesquisa sobre Autismo de 2016, em Baltimore.
A ingestão de folato - uma vitamina B, encontrada em alimentos como brócolis, feijão e tomate - ou de ácido fólico - sua versão sintética - é aconselhada por especialistas principalmente no primeiro trimestre da gravidez, pois a substância estimula o desenvolvimento neurológico do feto. Entretanto, no novo estudo, os cientistas encontraram níveis de folato quatro vezes mais altos do que o adequado nas mães de crianças com autismo logo após darem à luz. Esse excesso foi relacionado ao transtorno.

Sabe-se que ingestão dessa vitamina pode reduzir em até 75% o risco de má formação no tubo neural do feto, o que previne diversos problemas neurológicos, como anencefalia, paralisia de membros inferiores, incontinência urinária e intestinal, retardo mental e dificuldades de aprendizagem. As autoridades de saúde dos Estados Unidos e o Conselho Federal de Medicina (CFM) no Brasil recomendam a ingestão de 400 microgramas por dia da substância neste período da gestação.

"A suplementação adequada é protetora: isso ainda é o caso com o ácido fólico e o folato em geral. Sabemos há muito tempo que a deficiência de folato em mulheres grávidas é prejudicial para o desenvolvimento dos filhos, mas o que esse novo estudo nos diz é que quantidades excessivas também podem causar danos. Nós devemos buscar níveis ideais deste importante nutriente", disse Daniele Fallin, uma das autoras do estudo.

Pesquisa - Para chegar a estes resultados, os pesquisadores acompanharam 1.391 crianças desde o seu nascimento, de 1998 até 2013, e mediram os níveis de folato no sangue das mães logo após o parto.
Ao longo deste período, 100 crianças foram diagnosticadas com algum tipo de autismo e os resultados das análises sanguíneas mostraram que 10% das mães tinham uma quantidade considerada excessiva de ácido fólico, e 6% tinham uma quantidade excessiva de vitamina B12.
Estudos anteriores mostraram que altos níveis de vitamina B12 podem ser prejudiciais em grávidas, triplicando o risco de o feto desenvolver autismo. Assim, de acordo com o novo estudo, se ambos os nutrientes - folato e vitamina B12 - estiverem em excesso, o risco de uma criança desenvolver a doença aumenta 17,6 vezes.
A maioria das mães que participaram do estudo admitiu ter tomado multivitamínicos, o que incluía ácido fólico e vitamina B12, durante a gestação. Mas os pesquisadores não souberam explicar o porquê apenas algumas delas tinham níveis tão elevados das substâncias no sangue.
Algumas hipóteses levantadas sugerem que, além de comer muitas frutas e vegetais ricas em folato, essas mulheres também tenham consumido alimentos fortificados com ácido fólico ou suplementos em excesso. Ou ainda, pode ser que algumas delas sejam geneticamente predispostas a absorver maiores quantidades da substância ou metabolizá-la de forma mais lenta. Ou até uma combinação dos dois fatores.
Apesar dos resultados, os autores recomendam que mulheres grávidas continuem ingerindo maiores quantidades de folato ou ácido fólico principalmente durante o primeiro trimestre da gestação. "O que precisamos descobrir agora é se deve haver recomendações adicionais sobre qual é a dose ideal desse nutriente durante toda a gestação", afirmou Ramkripa Raghavan, uma das autoras da pesquisa, ressaltando a necessidade de mais pesquisas.

(Da redação)

Trabalhar ao ar livre triplica o risco de câncer de pele

Um novo estudo mostrou que, após cinco anos, pessoas que realizam suas atividades ao ar livre têm três vezes mais chances de desenvolver tumores do tipo não melanoma, o mais comum entre os tipo de câncer de pele


Por: Giulia Vidale


Ficar exposto diariamente ao sol aumenta o risco de quetarose actínica, uma lesão causada por dano solar e que pode levar ao câncer - entre 40% e 60% dos carcinomas começam por causa de queratoses mal tratadas(Danish Siddiqui/Reuters)
Após cinco anos de trabalho, profissionais que realizam suas atividades ao ar livre têm três vezes mais chances de desenvolver câncer de pele do tipo não melanoma, quando comparados a outros trabalhadores. A conclusão é de um estudo publicado recentemente no periódico cientifico Journal of the European Academy of Dermatology and Venereology.

Esse tipo de tumor é o mais comum entre os tipos de câncer de pele e corresponde a 25% de todos os tumores malignos registrados no Brasil. "O câncer de pele não melanoma virou uma epidemia e a grande preocupação é que, nos últimos anos, a incidência na população jovem, na faixa dos 30 anos, aumentou muito devido à maior exposição ao sol desde cedo e ao fato de termos muitas pessoas com pele clara em um país tropical, como o Brasil.", diz Alexandre Filippo, dermatologista e presidente do Congresso da Sociedade Brasileira de Cirurgia Dermatológica.
Os pesquisadores concluíram também que ficar exposto diariamente ao sol triplica o risco de quetarose actínica, uma lesão causada por dano solar que pode levar ao câncer - entre 40% e 60% dos tumores começam por causa de queratoses mal tratadas.

"A queratose actínica aparece principalmente em áreas expostas, como rosto ou braço, de pessoas com pele clara e é considerada uma lesão pré-cancerosa, pois pode se tornar um câncer de pele. Por isso é muito importante utilizar protetor solar diariamente e, quando estas lesões aparecerem, realizar o tratamento adequado", conta o médico.

As lesões da queratose se assemelham a "verrugas" vermelhas e ásperas, que descamam, mas nunca somem. Entre as opções de tratamento estão a crioterapia, a eletrocirurgia e, o mais comum, o uso de medicamentos tópicos. "O grande problema dos medicamentos é a duração e os efeitos do tratamento que deixam os pacientes com o rosto vermelho e machucado de um a dois meses.", explica Filippo.

Pesquisadores do Ambulatório de Dermatologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP realizaram um estudo comparando a tolerabilidade e a segurança de dois medicamentos tópicos contra queratose actínica da face: mebutato de ingenol (tratamento novo) e o 5-fluorouracila a 5% (tratamento padrão).
Participaram do estudo 100 pacientes que foram divididos em dois grupos: o primeiro aplicou o mebutato de ingenol, uma vez ao dia durante três dias consecutivos e o segundo utilizou o 5-fluorouracila a 5%, duas vezes por dia, durante quatro semanas. Ambas as formas de uso são as indicadas nas bulas dos medicamentos.
Os resultados mostraram que, embora os dois medicamentos tenham segurança semelhante, o tratamento com o mebutato de ingenol se mostrou superior por ter menor duração, o que, por sua vez, também significa reações cutâneas locais menos duradouras. Nestes pacientes os efeitos do tratamento, como vermelhidão e rosto machucado, desapareceram em 15 dias, enquanto naqueles que utilizaram o 5-fluorouracila a 5%, duraram 43 dias.

"Ambos os medicamentos já têm a eficácia comprovada, ou seja, os dois tratam de forma eficaz a queratose actínica, por isso não analisamos este critério no estudo. As únicas diferenças são o mecanismo de ação e a posologia, por isso focamos na segurança e na tolerabilidade. No geral, os resultados foram bem parecidos. A diferença ficou mesmo no tempo do tratamento, que faz com que o mebutato tenha, devido ao menor tempo de uso, uma posologia mais fácil para o paciente e que os efeitos indesejáveis relacionados ao tratamento desapareçam mais rápido.", diz Luciana de Paula Samorano, uma das líderes do estudo e dermatologista da Divisão de Dermatologia do HCFMUSP.

Prevenção - A melhor forma de evitar estas lesões e o câncer de pele em geral é protege-se contra a radiação dos raios ultravioletas (UV). Isso pode ser feito por meio do uso - e da reaplicação - constante de filtro solar, dar preferência a roupas coloridas ou escuras e longas (calças e camiseta de manga comprida) e o uso chapéu.

Devido ao significativo aumento do risco de câncer de pele nestes profissionais, um grupo de especialistas está batalhando para que as duas condições - câncer de pele não melanoma e a quetarose actínica - sejam reconhecidas como doenças ocupacionais. As discussões já chegaram ao Parlamento Europeu, mas o assunto ainda não foi debatido.



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